CAMPO HARMÔNICO MENOR

Diferente do Campo Harmônico Maior que é gerado a partir de uma única escala, o Campo Harmônico Diatônico Menor é formado pela construção de tétrades sobre três escalas menores: 

MENOR NATURAL, MENOR HARMÔNICA E MENOR MELÓDICA

Desta forma podemos visualizar as seguintes possibilidades em cada grau deste Campo Harmônico:

Devido estas três possibilidades de escalas, temos três acordes sobre o primeiro grau da tonalidade menor.

Cm7    –     Cm(maj7)    –     Cm6

O acorde Cm7 é advindo da escala menor natural onde as notas características são a terça menor e a sétima menor.

O acorde Cm(maj7) é surge da escala menor harmônica onde as notas características são a terça menor e a sétima maior.

O acorde Cm6 surge da escala menor melódica como um acorde especial, pois a sétima maior já é evidenciada na escala menor harmônica. As notas características desta escala são a terça menor e a sexta maior

Este acorde é também conhecido como “acorde de corcovado”

Imortalizado por Tom Jobim como acorde de primeiro grau na canção Corcovado.

 

O uso sequencial destas diferentes sonoridades sobre o I grau gera uma das mais reincidentes e constantes progressões “clichês”, em uso na música popular:

||    Cm        Cm(maj7)    |    Cm7          Cm6      ||

Na prática da música popular existem algumas restrições com alguns destes acordes:

 

A) Escala Menor Natural:

 

  • Sobre o Vm7: restrita a pratica da música popular, o acorde Vm7 não é entendido como acorde de Dominante, pois para assumir este papel o V grau deve ser um acorde Perfeito maior com sétima menor (o que sugere o emprego deste acorde em contextos não tonais e sim “modais”).

 

B) Escala Menor Melódica:

 

  • Sobre o acorde IIm7 – pela presença da quinta justa, o uso deste acorde é restrito ao uso onde a condução melódica e a condução de vozes exige a presença da sexta maior caracterizada pela escala menor melódica. Quando a melodia não exige, este acorde pode ser utilizado, sempre observando se a sexta menor da escala não esta em uso, o que causara um choque harmônico.
  • Sobre o VIm7(b5) – este acorde pode ser considerado um acorde Xm6. Exemplo em Dó menor: um Am7(b5) formado pelas notas Lá+Dó+Mib+Sol corresponde ao Cm6 onde, Lá é a sexta maior, Dó é a fundamental, Mib é a terça menor e Sol é a quinta justa. Desta forma este acorde/grau fica excluído do Campo Harmônico Menor, pois sua aparição eventual é da ordem da escrita e não da estrutura do sistema.
  • Sobre o bVIImaj7 – o bVIImaj7 é um acorde que respeita a alteração da sexta nota na escala menor melódica (nota Lá em Dó menor) e desconsidera a alteração da sétima nota desta mesma escala (nota Si natural que se mantém Si bemol em Dó menor) reforçando a importância da alteração sobre a sexta nota da escala em detrimento da alteração da sétima que já foi privilegiada na escala menor harmônica. Da mesma forma que o IIm7, este acorde pode ser exigido pela linha melódica e seu uso deve ser cauteloso. Quando não, a escolha pelo bVIImaj7 ou bVII7 deve ser feita pela propriedade estética, estilística e de gosto pessoal.

Existe ainda um acorde extra no campo harmônico menor que não é gerado a partir das três escalas menores.

Este acorde conhecido como bIImaj7 ou acorde de sexta napolitana.

Este acorde nada mais é do que um acorde de IIm7(b5) com a fundamental rebaixada. Vejamos um exemplo no tom de Dó menor onde o acorde correspondente à esse grau é o Dm7(b5).

Esse acorde é formado pelas notas  “Ré – Fá – Lab – Dó” = Dm7(b5)

Ao rebaixarmos a fundamental desse acorde em meio tom teremos as notas “Réb – Fá – Lab – Dó”  que formam o acorde de Dbmaj7, daí o nome bIImaj7. Desta forma temos um novo acorde que na prática já é utilizado desde o século XVII.

Desta forma podemos visualizar que o Campo Harmônico Diatônico Menor e formado por 14 acordes:

Exemplo no Campo Harmônico de Dó menor:

Obs.: Podemos ainda considerar a utilização do acorde IIm7 quando a melodia permitir, o que aumenta ainda mais as possibilidades.

Esse conjunto amplo de acordes na tonalidade menor possibilita uma diversidade ampla de sonoridades e não somente na tonalidade menor mas, também na tonalidade maior quando utilizamos um recurso chamado empréstimo modal, que é quando emprestamos acordes de um modo (geralmente do menor para o maior).

Isto nos permite expandir a Harmonia de uma forma desmedida. Se considerarmos que o Campo Harmônico Maior tem 7 acordes e o Campo Harmônico menor tem 14 e que somente o V7 é repetido nos dois modos, temos então um total 20 acordes diatônicos disponíveis para uso, por exemplo, em uma música em tonalidade maior. 

Isso ainda se expande em possibilidades gigantesca se utilizarmos recursos como inversões de acordes e notas de extensão.

E este foi o nosso assunto de hoje. Para ter certeza que entendeu, proponho que faça o exercício e logo abaixo deixe seu comentário. Nos vemos na próxima aula!

Exercício de fixação

Faça o exercício abaixo e no final você receberá sua pontuação. Boa sorte!!!

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